segunda-feira, 14 de abril de 2008

Morte entre índios

fonte: http://www.diarioms.com.br/leitura.php?can_id=15&id=72659

O relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil 2006/2007, divulgado ontem pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), revela que a maioria dos 159 assassinatos registrados nesse período entre indígenas, com autoria definida, foi cometida por pessoas das próprias comunidades, em situações de brigas, muitas delas familiares. O número de índios assassinados cresceu 64% de 2006 para 2007, passando de 56 para 92 casos registrados em uma população total de 734 mil indígenas no país. A maior parte dos casos ocorreu em Mato Grosso do Sul, onde 80 índios foram mortos nesse período: 27 em 2006 e 53 em 2007, indicando um aumento de 99% nos crimes de um ano para outro. De acordo com o levantamento, o aumento da violência entre os próprios índios é reflexo das condições degradantes a que eles estão submetidos. Em MS, sempre é bom lembrar, eles estão praticamente confinados em pequenas reservas onde há superpopulação e condições precárias de saúde e subsistência. Acrescente-se a essa situação a proximidade com as áreas urbanas dos municípios. Apesar de as comunidades viverem na mesma reserva, como é o caso de Dourados, onde estão os guarani-kaiwoá, terem a mesma cultura e falarem a mesma língua, os indivíduos estão organizados socialmente em unidades autônomas baseadas em relações familiares e com chefias políticas e religiosas independentes. Mesmo assim, os suicídios registrados entre jovens indígenas no país continuam sendo vistos como fenômeno de difícil compreensão, inclusive para os estudiosos. Ou seja, o quadro é o mesmo de sempre. Pesquisadores e instituições públicas conhecem o problema que se arrasta e, mesmo assim, parece que nada de bom acontece. Ano após ano, os levantamentos estatísticos continuam referendando uma verdade cruel: os indígenas brasileiros não são tratados com o respeito que merecem e com tudo a que têm direito.

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